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Festa do Primeiro Santo Brasileiro, Santo Frei Galvão

Nascido em Guaratinguetá (SP) em 1739, São Frei Galvão foi frade franciscano, poeta, arquiteto e exemplo de devoção à Imaculada Conceição. Fundador do Mosteiro da Luz e criador das famosas “Pílulas da Fé”, tornou-se símbolo de caridade, fé, esperança e santidade no Brasil. Canonizado pelo Papa Bento XVI em 2007, é reconhecido como o primeiro santo brasileiro e patrono da construção civil e dos engenheiros.

Notícias do Santuário

25.10.2025 - 07:00:00 | 10 minutos

Festa do Primeiro Santo Brasileiro, Santo Frei Galvão

Santo Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, em 1739. Sua família vivia a prática cristã com assiduidade, transmitindo-lhe a fé e a busca de fidelidade a Cristo. Aos treze anos, foi enviado ao Colégio dos Padres Jesuítas, no distrito de Belém da cidade de Cachoeira, no Estado da Bahia, onde permaneceu de 1752 a 1756.

Volta à casa paterna após seus estudos na Bahia. A Coroa Portuguesa empreendeu uma perseguição e extinção da Companhia dos Jesuítas no Brasil. Todas as obras ligadas a esses religiosos, inclusive o seminário onde estudava o jovem Galvão, foram fechadas e sequestradas pela Coroa. Mas, antes do fechamento total, em 1760, Antônio retornou à sua cidade de origem, Guaratinguetá, por recomendação e precaução de seu pai.

Voltando a Guaratinguetá, agora com 17 anos, desejava entrar na Companhia de Jesus, mas o pai se opôs por causa da perseguição do Marquês de Pombal às congregações religiosas e, de modo particular, aos jesuítas, que acabaram sendo suprimidos. Antônio foi encaminhado aos frades franciscanos, que exerciam o ministério pastoral no Convento Santa Clara, em Taubaté.

A vida franciscana

Em 1760, entrou no noviciado em Macacu, Estado do Rio de Janeiro. No ano seguinte, fez a profissão religiosa. Em 11 de junho de 1762, foi ordenado sacerdote no Convento Santo Antônio, na capital, Rio de Janeiro. Após a ordenação, foi destinado ao Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, para aperfeiçoar os estudos de Filosofia e Teologia. Trabalhou como pregador, confessor e também porteiro do convento.

Assina a Cédula de Escravidão a Nossa Senhora

Em 9 de novembro de 1766, Frei Antônio de Sant’Anna Galvão escreveu sua carta de consagração à Virgem Imaculada. Num gesto de particular radicalidade, extraiu sangue do próprio peito, embebeu a fina caneta de pena em seu próprio sangue e assinou a cédula (carta), consagrando-se perpetuamente à Imaculada Conceição. Neste voto privado, fez sua maior declaração de amor e pertença a Maria. O frade franciscano declara sua submissão total à Mãe de Jesus como devoto escravo.

Defensor da Imaculada Conceição

Frei Galvão nasceu na mesma cidade onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora Aparecida — Guaratinguetá — em 1717. Frei Galvão nasceu em 1739. Em 1761, prometeu viver os votos de pobreza, obediência e castidade na Ordem dos Frades Menores. Paralelamente à profissão perpétua, prometeu defender o dogma da Imaculada Conceição, prática comum entre os franciscanos.

Um ano depois da profissão religiosa, Frei Antônio foi admitido à ordenação sacerdotal, em 11 de julho de 1762. Transferido para a cidade de São Paulo, deu mais um passo na missão imaculista. Expressou essa defesa e amor à Virgem numa cédula de escravidão assinada com seu próprio sangue. Sua maturidade espiritual franciscano-mariana teve expressão máxima nessa “entrega a Maria”, como seu “filho e escravo perpétuo”.

Profundo devoto de Nossa Senhora, no dia 9 de novembro de 1766, Frei Galvão escreveu sua Carta de Consagração. A devoção mariana de Frei Galvão à Imaculada Conceição é também fortemente expressa nas pílulas da fé. Dentro de cada pílula, encontra-se uma jaculatória de devoção mariana. Quando a pessoa é convidada a rezar auxiliada pelas pílulas, ela, na verdade, reza a Maria, motivada por Frei Galvão.


O Santo Poeta

Frei Galvão fez parte da Academia de Letras da cidade de São Paulo, chamada “Academia dos Felizes”. Com dotes literários e de bom orador, em 1770 Frei Galvão declamou, com sucesso, em latim, dezesseis peças de sua autoria, todas dedicadas a Sant'Anna. São composições bem metrificadas, segundo as regras clássicas, e impregnadas de profundo sentimento religioso e patriótico.

Intérprete de visões místicas

O surgimento do Mosteiro da Luz é precedido por uma visão mística da Irmã Madre Helena Maria do Espírito Santo, interpretada por Frei Galvão. Em uma de suas experiências transcendentes, Jesus pedia à irmã que fundasse um recolhimento para mulheres dedicadas à vida de oração. Frei Galvão foi seu confessor. A ele coube a interpretação das visões místicas da religiosa. E, por fim, nosso frade foi quem concretizou o pedido de Jesus por meio de sua serva, Irmã Helena.



Mosteiro da Luz

Fundou, em 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Luz da Divina Providência, hoje conhecido como “Mosteiro da Luz”, na cidade de São Paulo. Este recolhimento, sob pressão do Capitão-General D. Martim Lopes Lobo de Saldanha, foi fechado no mês de junho de 1775, sendo reaberto em agosto do mesmo ano, graças à permissão do Bispo de São Paulo, Dom Manuel da Ressurreição.


Um santo que foi condenado ao cárcere

Como verdadeiro apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, Frei Galvão sofreu prisão. No ano de 1780, Martim Lopes, governador da Capitania, mandou embora Frei Galvão depois que ele defendeu um soldado condenado à forca. Desterrado para o Rio de Janeiro por ordem da Coroa, fez valer a obediência, mesmo que fosse sujeito à solidão.

Porém, a pressão de fazendeiros e seus escravos, que, armados, cercaram a casa de Martim Lobo de Saldanha, fez com que ele revogasse a ordem de exílio, permitindo que Frei Galvão voltasse à cidade de São Paulo.

“Por Cristo, sofro a ponto de estar encarcerado como malfeitor. Mas a palavra de Deus não está algemada. Tudo sofro pelos escolhidos de Deus, para que também eles, por meio de Jesus Cristo, alcancem a salvação e a glória eterna” (2Tm 2,9).

Em 1780, foi condenado ao exílio porque protestou contra a morte cruel de um soldado. Partiu imediatamente a pé para o Rio de Janeiro, mas, com a rebelião do povo, o capitão revogou a sentença, e Frei Antônio voltou ao convento.


Elogios ao santo

Frei Galvão foi reconhecido como “homem da paz e da caridade”. Na carta da Câmara do Senado de São Paulo ao Ministro Provincial dos Franciscanos, em 17 de abril de 1798, lê-se:

“Este homem, Frei Galvão, é preciosíssimo a toda esta cidade e vilas da Capitania de São Paulo. É homem religiosíssimo e prudente conselheiro, do qual todos vão ao encontro para ter luz e conforto; é homem da paz e da caridade.”

No Registro dos Religiosos Brasileiros, no fim do currículo da vida (1802–1806), afirma-se:

“Seu nome, em São Paulo, mais que em qualquer outra localidade, é escutado com grande confiança; muitas pessoas de regiões longínquas vêm procurá-lo em suas necessidades, uma e mais vezes.”

Em 1939, Dom Frei Henrique Golland Trindade escreveu sobre ele:

“Conselheiro, ouvido por leigos e por religiosos, sabia dizer a palavra justa ao pecador como também à alma de grande perfeição. Pacificador das almas e das famílias, dispensador de caridade sobretudo aos pobres e aos doentes. Foi um frade de muita caridade, de muita vida espiritual.”

Outro historiador registrou:

“Procurado para as confissões, para pacificar nas discórdias, para ajustar problemas temporais, além de ser zeloso, era sábio e prudente.”

Quando as forças já não lhe permitiam mais andar do Convento São Francisco ao Recolhimento, com a permissão dos superiores e do bispo, passou a morar nas dependências da obra por ele fundada. Na última doença, foi transferido para um quartinho atrás do tabernáculo, no fundo da igreja por ele construída e inaugurada em 1802, onde as religiosas podiam oferecer-lhe assistência.

Faleceu em 23 de dezembro de 1822, assistido pelo superior, confrades e sacerdotes, que admiravam suas virtudes e sua vida apostólica. Foi sepultado diante do altar-mor da igreja do Recolhimento da Luz. Assim morreu um santo, suscitado por Deus para ser testemunha do seu amor.

Fruto da Primeira Missa no Brasil

A primeira missa celebrada no Brasil aconteceu no ano de 1500, presidida por Frei Henrique de Coimbra. Ele pertencia à Ordem dos Frades Menores (franciscanos). Neste primeiro ato sagrado, foi semeada, junto da Palavra, a semente de santidade. No ano de 1739, nasceu Antônio de França Galvão, que se destacaria em dons e virtudes e se tornaria o primeiro santo brasileiro e franciscano.


O primeiro santo canonizado fora do Vaticano

Tendo sido comprovada sua santidade, no dia 11 de maio de 2007, na cidade de São Paulo (Campo de Marte), o frade franciscano foi declarado o primeiro santo nascido em terras brasileiras. Festa para todos os devotos de Frei Galvão, alegria para a Igreja do Brasil. Quem presidiu a cerimônia foi o Papa Bento XVI.

Detalhe considerável: Frei Galvão foi canonizado fora do Vaticano — fato único até então. Viva o primeiro santo brasileiro!

Frei Galvão não só leva o título de primeiro santo brasileiro, como também a novidade de ser o primeiro santo do mundo canonizado fora do Vaticano. Realizada no Campo de Marte, em São Paulo, a canonização foi oficializada pelo Papa Bento XVI. Isso teve um simbolismo muito importante, pois as canonizações são realizadas na Praça São Pedro, onde o novo santo é apresentado a toda a Igreja do mundo.


Pílulas da fé

As pílulas de Frei Galvão são sacramentais criados pelo próprio santo, a serem utilizados com fé e devoção, na busca de graças e bênçãos. Sua composição material é papel de arroz (comestível), contendo a mesma oração escrita por Frei Galvão. As pílulas são abençoadas e distribuídas gratuitamente.

Dentro delas, encontra-se a seguinte oração dedicada a Maria Imaculada:

A frase em latim "Post partum, Virgo, inviolata, permansisti" . “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, intercede por nós.”  

As pílulas de Frei Galvão são sacramentais originados da devoção mariana do santo brasileiro. Criadas com fé e devoção, expressam confiança na Virgem Maria, a Imaculada Conceição. Usadas com devoção, especialmente em casos de maternidade, tornaram-se canais de graças, sendo distribuídas gratuitamente e confeccionadas por voluntários devotos.

Como devem ser tomadas?
Em espírito de fé e devoção, rezando a Oração de Frei Galvão durante nove dias e tomando as pílulas nos seguintes dias: 1º, 5º e 9º dia da novena.


Dons extraordinários

Em Frei Galvão, às suas inúmeras virtudes acrescentavam-se vários dons sobrenaturais, como ocorreu com outros santos. A bilocação — ser visto em mais de um lugar ao mesmo tempo — está ligada à sua virtude da solicitude. A levitação, elevar-se acima do solo, era fruto da profunda intimidade com o Senhor. A premonição, sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer, estava atrelada à virtude da sabedoria que vem de Deus.


O Santo Arquiteto do Brasil: Patrono da Construção Civil e dos Profissionais da Engenharia Civil

Frei Galvão idealizou e deu início à construção do Mosteiro da Luz no ano de 1775. Este monumento arquitetônico do período colonial encontra-se na capital paulista.

Em reconhecimento às contribuições excepcionais de São Frei Galvão, a data foi oficializada pela Lei nº 13.359, de 17 de novembro de 2016, como o “Dia Nacional do Patrono da Construção Civil e dos Profissionais da Engenharia Civil”. Sendo assim, ele é considerado o primeiro engenheiro brasileiro.

A data escolhida faz referência a 25 de outubro de 1998, dia em que Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II. No ano de 2026, comemoraremos 10 anos de sua nomeação como Patrono dos Engenheiros e Arquitetos.

Fonte Frei Leandro Costa Santos, OFM
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